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Sociologia: Trabalho

Trabalho

• Desde os primórdios, havia uma organização das tarefas entre os indivíduos: quem caçava, quem cozinhava, quem governava, etc. A industrialização e os novos modelos de administração moderna sistematizaram a organização das atividades produtivas. Dessa forma, elas passaram a ser planejadas e divididas no interior da fábrica com mais rigidez.

Divisão do Trabalho de Marx:

Divisão técnica: identifica o sistema de produção das fábricas, caracterizado pela intensa divisão das atividades, o que geraria, de acordo com Marx, as condições para o trabalho alienado.

Divisão de funções e tarefas: otimiza a produção e aumenta a produtividade. Foi apropriada pela indústria capitalista, mas já existia entre os artesãos medievais. Dá origem a categorização do trabalho manual e intelectual, sendo também chamado de divisão social do trabalho.

Divisão sexual: baseado na distinção de gêneros. Inicialmente se referia a tarefas domésticas, “das mulheres”, e às funções públicas "restritas aos homens”. Com a urbanização e o acesso das mulheres ao mercado de trabalho, essa divisão vem sendo diluída, ainda que persista a diferença salarial.

Divisão internacional: corresponde à divisão social do trabalho para o âmbito dos países (cada país se especializa em determinados setores ou etapas de produção). O país ocupará posições centrais ou periféricas, dependendo do valor agregado e dos bens produzidos.

• No trabalho capitalista, o trabalhador é livre, em tese, para escolher a quem vai vender a sua força de trabalho. Ele fica restrito a funções específicas conforme o papel que lhe cabe na divisão técnica do trabalho. A especialização das funções maximiza o lucro dos donos dos meios de produção e pode levar a alienação do trabalhador, que fica apartado da totalidade daquilo que produz.

Mais-valia: representa a disparidade entre o salário pago e o valor produzido pelo trabalho. Pode ser entendida como o trabalho não pago.

→É o elemento que perpetuaria a desigualdade social e impediria a mobilidade social.

Meritocracia: para alguns técnicos, a mobilidade social seria possível pela ascensão proporcional que o trabalho proporciona (pelo mérito).

→É oferecida aos trabalhadores por sua posição inferior a possibilidade de mais consumo e a promessa de mobilidade social, pela pretensa via do mérito. As promessas são vitais para a manutenção do capitalismo.

• À medida que o capitalismo se transformava, de acordo com a conjuntura socioeconômica, nossos sistemas de administração eram criados (fordismo, toyotismo…), possuindo um sentido comum: racionalizar a exploração da força de trabalho, seja ela física ou intelectual, para otimizar a obtenção de lucros.

• O trabalho assalariado nas fábricas era uma esperança de ascensão econômica e social, entretanto a mobilidade social se mostrou difícil de ser alcançada pela maioria dos trabalhadores.

• Sindicato e os movimentos grevistas, sob a influência de socialistas e anarquistas, conseguiram diminuir parte das péssimas condições de trabalho às quais se submetiam os trabalhadores, ao reivindicar leis que protegessem da complexa exploração.


Capitalismo

• As primeiras práticas ocorreram na Europa, ainda no período do feudalismo.

• Sua característica principal e constante é a obtenção do lucro. O que muda a cada fase do capitalismo são as novas formas de compreender a relação entre capital e trabalho.

Sennett - Capitalismo flexível:

→Observa como o capitalismo produz nos indivíduos uma série de sentimentos e práticas que não estão restritos ao ambiente de trabalho, mas se estendem a vida pessoal e cotidiana.

→É uma violência simbólica que muitos sofrem sem perceber.

• Por outro lado, o capitalismo poderia incentivar uma mentalidade empreendedora, base para o sucesso do modelo de livre-mercado e da livre-iniciativa.

• O desenvolvimento do capitalismo implicou diretamente uma mudança no modo de vida das pessoas. Assim como as relações de trabalho se tornam mais supérfluas, o mesmo ocorreu com as relações sociais.

• O sistema capitalista se adapta muito bem às novas tecnologias, às práticas socioculturais, as quais, aliás, ajudam a moldar. Caracteriza-se por suportar as crises que ele mesmo provoca ao longo do tempo. Porém, produz desigualdades profundas.

Liberalismo:

→Defende a livre-iniciativa, o livre comércio, a redução do papel do Estado, a defesa da propriedade privada e a busca do lucro como meio de prosperidade individual e social.

→Em harmonia com o capitalismo, o fermentando.

→Aumenta a desigualdade social.

Neoliberalismo: atualização das premissas econômicas clássicas liberais.

- Se espalhou pelo mundo principalmente após o declínio do socialismo e da URSS.

- Inserido no contexto de poder das empresas transnacionais, da era de informação, da especulação financeira, das crises cíclicas, da influência de órgãos internacionais e da flexibilização e precarização do trabalho.


Sociedade Moderna

Mercantilismo: etapa de transição entre o modo de vida feudal e o modo de vida capitalista. Surgiu no século 15.

• Nas cidades europeias, a burguesia surgiu, passando a concentrar o poder em torno do capital econômico baseado na circulação de moedas. O fortalecimento da burguesia mudou o eixo do poder político e econômico das sociedades europeias.

• No século 16, houve uma nova dinâmica, com redes comerciais ultramarinas e a Revolução Industrial (emprego de máquinas na produção de mercadorias e a introdução do trabalho assalariado).

• A partir do século 18, ocorreu a maior explosão populacional da história, acompanhado de um intenso processo de urbanização e adensamento populacional das cidades.

• O século 19 contou com um acelerado desenvolvimento científico e tecnológico que levou a Segunda Revolução Industrial, marcada pela eletricidade e utilização do petróleo como combustível.

• Entre o final do século 19 e início do século 20, a prática do monopólio de produção passou a ser aplicada no contexto do capitalismo contemporâneo. Essa modalidade evoluiu e chegou ao oligopólio que consiste no controle de um ou mais segmentos do mercado por um grupo de empresas em um ou em vários países.

• Ter monopólio significa ter exclusividade sobre a produção e comercialização de um produto ou insumo, possuir uma patente tecnológica e dominar um segmento de mercado, aniquilando a concorrência.

• A globalização do capitalismo ao mesmo tempo que cria possibilidades de integração mundial, também produz e aumenta a desigualdade social. A globalização contribuiu para o desenvolvimento de dois tipos de movimentos dentro do capitalismo:

Capitalismo Flexível: se refere ao caráter flexível, tanto em tempo quanto em espaços e tipos de contratação.

- Trata-se de uma forma de geração de lucro na qual supostos benefícios, por parte das empresas, tentam ocultar a natureza que rege as relações entre patrões e subordinados.

- Sennet e o capitalismo flexível: seu caráter principal é a alteração causada pela flexibilidade capitalista, o que garante o desenvolvimento de relações duradouras. Atualmente, uma das características mais requeridas em um profissional é a flexibilidade. O novo modelo de profissional é aquele que trabalha em qualquer ambiente, em qualquer horário e em equipes diferentes, ou seja, um trabalhador flexível.

- Suas características são:

*Globalização financeira.

*Deslocamento e descentralização de espaços de produção das megacorporações, embora com concentração de riqueza (lucro) nas mãos de poucos acionistas.

*Flexibilização nas leis trabalhistas, corte no quadro formal de funcionários.

*Regime de home office.

*Alta tecnologia e serviço de longas jornadas de trabalho que se sobrepõe às horas de lazer.

*Informações múltiplas e velozes.

*Hiperconsumismo.

Capitalismo Informacional: se refere ao fluxo de informações em que vivemos.

- Característica das sociedades em rede, corresponde ao período de expansão do capitalismo e sua reestruturação diante da revolução tecnológica, tanto na área da informática, quanto nas telecomunicações, ocorrida na década de 1980, continuando até hoje.

- Capitalismo informacional e flexível são coexistentes.

- Algumas das suas características são:

*Ampliação da área de serviço.

*Aumento do desemprego estrutural.

*Predominância da informação como matéria-prima.

*Tecnologia como principal elemento de mudança nas relações pessoais.

*Formação de redes como estruturadoras da sociedade.

- Causou as seguintes alterações:

*Intensificação dos processos do sistema capitalismo financeiro.

*Flexibilização dos sistemas de produção.

*Difusão de conglomerados multinacionais.

*Mínima participação do Estado na economia.

*Reestruturação da divisão internacional do trabalho.


Fonte: CERICATO, Lauri. et al. Revisão Anual de Sociologia. São Paulo, SP: Editora FTD, 2018.



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