Arcadismo
• 2ª metade do séc 18: Caracterizada pelo Iluminismo, independência dos EUA, Revolução Francesa, Revoluções pela Independência no Brasil
• Arcadismo foi dividido em 2 momentos:
→Poético: Retorna a tradição clássica com a utilização dos seus modelos, e a valorização da natureza e da mitologia
→Ideológico: Influenciados pela filosofia presente no Iluminismo, que traduz a crítica da burguesia contra os abusos da nobreza e do clero.
• Inspiração nos modelos clássicos greco-latinos.
• Nativismo: pureza dos nativos da terra fazem menção a natureza
• Busca pela vida bucólica (valores da natureza) e pastoril (humilde e simples), com o intuito de fugir da cidade/urbanismo e da vida agitada (fugere urbem).
• Estado de espírito de espontaneidade dos sentimentos
• Exaltação da pureza, da ingenuidade e da beleza.
• Linguagem simples e temática campestre
• Membros da arcádia remetem a convenção pastoral grega
• Buscam um fingimento poético também pelo uso de pseudônimos.
• Usa-se a expressão carpe diem (aproveite o dia)
• Busca por uma experiência intelectual mais independente da doutrina da Igreja leva os arcades a se aliar ao Iluminismo para instituição de uma arte sombria, tanto em relação a forma (vocabulário fácil e períodos diretos), como conteúdo (busca pela sabedoria e espiritualidade).
Romantismo
• Se desenvolve inicialmente na Alemanha e na Inglaterra
• Revolução Francesa e Industrial, com a burguesia tomando poder dos nobres.
• Visa romper com a rigidez de padrões clássicos e suas regras de equilíbrio, visando originalidade, subjetivismo, capacidade criativa e liberdade de expressão.
• Valoriza-se emoção (exagero) ao invés do intelecto e da razão
• Valoriza-se a experiência dos sentidos acima dos ensinamentos da civilização
• Subjetivismo, melancolia e estado da alma.
• 1ª geração Inglês: Rompem com artificialidade da poesia neoclássica para valorizar a linguagem coloquial.
• 2ª inglês: explora características obscuras da sociedade industrial e mercantil.
• Romantismo Francês: Abordagem de questões sociais que estimulam o debate público sobre temas efervescentes na época.
• Goethe - Alemanha; Lord Byron - Inglaterra; Castelo Branco - Portugal; Victor Hugo - França; Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo e José de Alencar - Brasil.
Romantismo no Brasil
• Oposição à estética neoclássica
• Individualismo
• Inconformismo e Escapismo (fuga da realidade)
• Heroísmo, protagonismo e idealização do índio.
• Novo sentimento patriótico (orgulho de ser brasileiro) e o desejo de citar o valor do Brasil como território com história própria e com grande dimensão geográfica.
• 1ª Geração: ufanismo (patriotismo excessivo); índios perfeitos heróis cristãos com valores europeus; natureza exuberante; e idealização amorosa
→Gonçalves Dias: bom selvagem; natureza exuberante; ritmo e sonoridade.
• 2ª Geração (Ultrarromântica):
→boêmia: não segue regras, livre, gosta de se divertir e beber com os amigos.
→relação entre erotismo e morte; depressão; masoquismo; pessimismo.
→escapismo por álcool, fugir pra infância, criação de realidade perfeita, morte...
→gosto pelo sofrimento; revolta pela existência e pela rejeição da sociedade.
→temas subjetivos que expressam tédio, melancolia, solidão, abandono...
• 3ª Geração: (Condoreirismo)
→Voltam-se para a problemática sociopolítica, buscando influenciar os outros.
→Queriam alçar voo alto, que nem o Condor, p/transformar a sociedade brasileira
→Procuraram denunciar as mazelas sociais que, no Brasil, encontravam seu ponto mais crítico na persistência do sistema de trabalho escravista.
Brasil independente, com ideais libertários e republicanos.
Heróis
• Herói Clássico: personagem idealizado, características excepcionais; acima de pessoas comuns; belo, forte, corajoso, incorruptível…; ex: mitologia grega, capitão américa
• Herói Neoclássico: é comum, mas se destaca pelo seu caráter virtuoso; é bom, honesto, equilibrado e um exemplo a ser seguido; ex: navegadores; mocinhos do cinema
• Herói Moderno: corajoso e covarde; não é idealizado, sendo identificável; tem qualidades e defeitos; pessoa como qualquer outra; ex: scooby-doo.
• Anti-Herói: não é vilão; não faz o mal, nem o bem; quebra todas as regras e tem um final feliz; características opostas a heróis idealizados; ex: deadpool.
Realismo
• Teve início na França com pinturas de Courbet, que chocaram a sociedade com representações cruas da realidade, contrastando com o idealismo romântico.
• Construção artística mais objetiva e mais ligada ao real, combinando com os valores liberais, racionais, materialistas e cientificistas que se consolidavam.
• Linguagem clara, objetiva e direta.
• Valorização da realidade presente e cotidiana, sem olhar para o passado.
• Denúncias sociais, com anti-heróis como protagonistas; sem idealização.
• Realismo no Brasil:
→questionavam o atraso do país por conta dos privilégios coronelistas e da manutenção de uma monarquia com laços em nossa condição colonial.
→Desejo pela abolição da escravatura, proclamação da república e abertura do Brasil para a modernidade.
→Retrato não idealizado, percepção mais objetiva e detalhada da realidade.
→Narrativa mais reflexiva e menos entretiva.
→Machado de Assis:
- Capacidade ampla de compor personagens e cenários vivos e convincentes, promovendo inovações estruturais e interagindo com o leitor.
- Prosa irônica e pessimista, com linguagem direta e clara.
- Narrador singular, que se diferencia pela forma inovadora com que observa as farsas sociais, revelando o aspecto volúvel e mesquinho da essência humana.
- Narrador livre de compromissos morais e com perspicácia para revelar como a indecência humana é capaz de cometer os atos mais repulsivos.
Naturalismo
• É uma parte do movimento realista, que é levada ao extremo.
• Semelhanças com o realismo: busca pela verdade; racionalidade; denúncia social; descrição objetiva do real e olhar agudo sobre o presente.
• Diferenças com o realismo:
→Pessoa vista como algo que obedece leis naturais: nasce, desenvolve-se e morre.
→Analisa a sociedade do interior para o exterior.
→Ações determinadas por fatores biológicos/ambientais (influenciadas pelo meio)
→Personagens mais simples e miseráveis.
→Humano é animalizado, sendo visto como cruel, irracional e guiado pelo desejo
→Foca na coletividade e em defeitos humanos
• Determinismo: ser humano e seu comportamento são influenciados por raça, meio e momento histórico.
• Aluísio Azevedo: analisa e critica a sociedade.
→Cientificismo: baseia-se em ideologia científica p/descrever indivíduos e sociedade.
→Descrições imparciais, precisas e objetivas, parecendo um relato científico.
→Zoomorfização: ser humano reduzido a bicho “português feroz, animal de campo”
• Obras Realista-Naturalistas
→Discute-se o marginalizado e as precariedades de locais de trabalho e de viver.
→Retratar a sociedade como um todo, não só sua versão idealizada.
→Expõe problemas sociais.
→Retrata aspectos depreciativos e condições difíceis.
→Aborda a fragilidade dos personagens.
Parnasianismo
• Título remete a uma região montanhosa na Grécia antiga onde viveriam as musas inspiradoras dos artistas.
• Postura de rejeição ao lirismo romântico, sem preocupação direta com a realidade, não se importando com o mundo e seus problemas, evitando críticas sociais.
• Descrição objetiva e detalhada; Preciosismo linguístico; refinamento vocabular; temática greco-latina; e o culto a forma poética (metrificação rígida, rimas ricas, inusitadas figuras de linguagem…).
• Parnasianismo caracterizou-se por se preocupar somente com a beleza da poesia e com as possibilidades de construção textual; (arte pela arte)
• Parnasianismo no Brasil: Durante 1890 - 1910, a tríade parnasiana (Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac) dominou o cenário poético nacional.
→Forte impessoalidade; questões metafísicas abordadas com sobriedade e apuro formal; e pela busca do verso perfeito, segundo uma roupagem clássica.
Simbolismo
• Exploravam a potencialidade simbólica da lírica e as possibilidades de expressão figurativa do mundo por meio da negação de uma linguagem objetiva.
• Culto a imaginação com valorização da intuição.
• Espiritualismo e transcendentalidade (visa superar o corpo para alcançar libertação da alma)
• Musicalidade dos versos; ambiguidade e multiplicidade de sentidos.
• Individualismo e subjetivismo; foco nas emoções e impressões do sujeito.
• Investe na expressão do sentimento da alma, por meio da investigação dos mistérios da existência humana e na capacidade sugestiva de poesia de transformar imagens em sons e sons em imagens.
• Figuras de linguagem (metáfora, sinestesia, assonância...)
• Estética; Preza pela qualidade da forma.
• Fuga do mundo e do racional; Buscam o “outro lado da visão".
• Sugestivismo: linguagem baseada na imprecisão, imaginário e sentimentos.
• Subjetivismo: estados da alma (busca pela paz, loucura, sonho pessimismo…).
Impressionismo
• Linha é uma abstração criada pelo homem para representar imagens visuais, linha não existe na natureza.
• Pinturas difusas, com protagonismo da cor, sutileza e constante transformação do olhar diante do quadro.
• As sombras não são pretas nem muito escuras, mas de luzes e cores e tons diferentes; Há luminosidade e muita cor.
• Ambos impressionistas e simbolistas buscam por formas vagas e pelo despertar de sensações.
• Dissociação das tonalidades: técnica com pinceladas miúdas e virguladas para sugerir vibrações luminosas ou para criar 3ª cor a partir de outras 2. Adotava processos técnicos para transmitir o difuso, a imprecisão e o subjetivo no olhar humano da realidade.
Fonte:
CERICATO, Lauri. et al. Revisão Anual de Literatura - Módulo 2. São Paulo, SP: Editora FTD, 2018.
CERICATO, Lauri. et al. Revisão Anual de Literatura - Módulo 3. São Paulo, SP: Editora FTD, 2018.
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