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Filosofia Moderna I

  • Foto do escritor: alando
    alando
  • 9 de set. de 2021
  • 6 min de leitura

Atualizado: 24 de out. de 2021

Ciência Moderna

Ptolomeu: visão geocêntrica (Terra no centro do universo).

Região sublunar: Terra abaixo da lua, em torno da qual os corpos se moveriam; Terra está em constante mudança, com as coisas sujeitas ao tempo, sendo a região da imperfeição.

Região supralunar: planetas acima da lua são imóveis, eternos, com velocidade constante, representando a região perfeita.

→Haveria um céu de estrelas fixas acima, o cristalino, onde terminaria o universo.

Copérnico: Sol no centro do universo; obras proibidas pela Igreja.

Giordano Bruno: Universo era infinito, não tinha centro, nem margens e compreender infinitos→perseguido e queimado pela Igreja por Inquisição.

Galileu: O raciocínio científico moderno é indutivo, rompendo com a ciência dedutiva de Aristóteles→ameaçado pela Igreja, nega suas descobertas.

Descartes:

→Matemática como modelo de conhecimento verdadeiro e rigoroso.

→Indivíduos se conscientizam do poder de não apenas compreender e controlar a natureza, mas também de organizar a sociedade de forma mais racional.

Pensamento racionalista cartesiano: verdade está circunscrita à possibilidade da sua compreensão ou refutação.

Dúvida metódica: duvidava de suas certezas mais remotas, pondo em cheque opiniões e crenças superiores da época.

Eu racional é o princípio da atividade do conhecimento, caracterizado pela busca da verdade, não dependendo de materialidade para existir, sendo que o eu racional (alma) difere do corpo físico.

→Só considerar verdadeiro o que for evidente (intuído de forma clara e precisa).

→Princípio da análise: separar e dividir os problemas em quantas partes necessárias para que possam ser resolvidas.

→Princípio da síntese: conduz pensamentos do mais simples ao mais complexo.

→Princípio de enumeração: enumera etapas p/se certificar que nada foi omitido.

Penso, logo existo: esse eu, certo de sua existência por causa de sua racionalidade, é o que possibilita a determinação da verdade.

→A existência do eu será internamente solitária se outras existências não puderem ser provadas, logo existe um mundo objetivo legitimado por um ser onipotente e infinito: Deus, um ser perfeito registrado na mente humana.


Humanismo

• O Renascimento colocava em questão a tradição herdada da idade média e almejava o ingresso na “verdadeira” antiguidade.

• Organização política estava em crise e exigia uma reorganização no centro do poder mundial, surgindo os Estados Nacionais.

Política Aristotélica:

→Sociedade regulada por leis naturais, decorridas da própria natureza.

→Ética aristotélica: ações humanas e sociedade tendem ao bem comum, e o meio para atingi-lo é a política.

→A origem da sociedade é a família ou o lar (formada para proteger e perpetuar a espécie, tendo como finalidade a sobrevivência).

→Conjunto de famílias forma uma aldeia (finalidade de viver de acordo com as necessidades básicas).

→Conjunto de aldeias forma a pólis (finalidade é o bem-viver coletivo).

→Política é uma técnica para promover o bem comum, o que implica a plena realização das potências humanas.

→Ser humano é um animal político, ser essencialmente social que vive em sociedade por natureza. Aquele que não pode viver em sociedade é menos que um humano (um animal), ou mais (um deus).

→Tudo se corrompe.

→3 formas de regimes políticos:

- Realeza: soberania de 1 indivíduo e a valorização da honra.

- Aristocracia: soberania dos melhores cidadãos e valorização das virtudes.

- Regime popular: soberania de todos os cidadãos, e valorização da liberdade e igualdade.

→Se governantes se deixam levar por interesses pessoais, essas formas podem se degenerar por cultivo de vícios ao invés de virtudes:

- Tirania: predomínio dos desejos de um monarca vil, contrário à honra.

- Oligarquia: hegemonia dos desejos dos ricos e cultivo da riqueza excessiva.

- Democracia: predomínio dos desejos dos pobres e cultivo da pobreza excessiva.

→Melhor regime é o que atinge o desejo de todos e que todos possuem voz.

Montaigne:

→O que julgamos ser a essência de algo é apenas um novo aspecto encontrado. Por isso, é preciso não fazer emitir parecer definitivos a respeito dos outros.

→Não existem juízos absolutos, já que não conseguimos captar somente alguns aspectos dos elementos que nos circundam.

Maquiavel:

→Estado não se subordina a nenhuma instância superior, religiosa ou moral.

→Príncipe deveria desenvolver sua virtú (conjuntos de habilidades mobilizadas para a conquista e manutenção do poder) para não depender da fortuna (situações que não podemos controlar; dependem da sorte).

Realismo político (análise do ciclo histórico de ascensão e queda dos governos para determinar as ações mais eficazes para a conquista e a manutenção do poder político): elabora uma lei invariável. Com base nessa lei, elabora orientações ao príncipe, que deve assegurar e manter o poder político sobre uma sociedade. Para isso, ele pode, e deve, utilizar qualquer meio disponível (“os fins justificam os meios”).

Contrato Social de Hobbes

→Política não é algo natural, mas uma convenção. Isso se deve devido a existência de um contrato social, que estabelece a relação entre o Estado e a sociedade civil antes mesmo do surgimento histórico dessa sociedade.

→O momento histórico anterior ao surgimento do contrato é chamado de estado de natureza, caracterizado pela guerra de todos contra todos e por uma vida solitária, pobre, desagradavel, bruta e curta.

Kant

→No estado de natureza, cada humano age conforme seu desejo, defendendo os próprios interesses e faz justiça pelos meios que dispõe.

→Estado surge por meio de um contrato social entre os humanos, que renunciam sua liberdade natural para recuperá-la sob forma de liberdade contratual.

→Estado efetiva os direitos naturais do ser humano gradualmente, por meio de reformas. É por falta das reformas que ocorrem revoluções.

→Atuação do Estado deve considerar a ética. Cada ser humano deve tratar o outro com um fim em si mesmo, não como um meio para determinado fim.

→Os cidadãos devem viver sob as seguintes prerrogativas:

- Liberdade: o cidadão não deve obedecer nenhuma lei, exceto àquela a qual deu seu consentimento (seja direta ou indiretamente).

- ️Igualdade civil: todos são iguais perante a lei.

- Independência civil: o cidadão dependente de outro não pode votar. ex: menores de idade.

→Condições necessárias para a paz entre os homens, segundo Kant:

- Todos os estados do planeta sejam republicanos, de modo a respeitar a liberdade, a igualdade e a independência civil.

- Respeito aos “direito das gentes”, respeito a todos os habitantes do planeta.

- Elaboração de um direito cosmopolita, com base nos “direitos das gentes”, e a constituição de um Estado Universal ou Global.


Racionalismo

• A fonte principal do conhecimento humano é a razão, que opera por si mesmo, e controla a experiência sensível.

• Conhecimento será verdadeiro apenas se for logicamente necessário e universalmente válido.

• Conhecimento seria uma espécie de contemplação e organização de ideais que antecedem a existência.

• Sujeito nasce com a faculdade de formar alguns conceitos independentemente de sua experiência.

René Descartes:

→Criador do sistema de coordenadas cartesianas.

Ideias Inatas:

- Só podemos chegar ao conhecimento verdadeiro das coisas utilizando os princípios epistemológicos (estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas ciências) corretos. Tais princípios são ditados por ideias inatas (​​algo com que todas as pessoas nascem).

- As ideias inatas são inventadas pelo sujeito, mas criadas pelo entendimento, sem interferência da experiência. Para Descartes, são dadas por Deus e existem em algum lugar da mente, tendo o sujeito a liberdade de pensá-las ou não. Como se o sujeito só se recordasse das ideias quando as percebesse.

- O Indivíduo traz em si a possibilidade do conhecimento da realidade, e o ato de pensar é a causa em si mesma de todas as ideias.

Dúvida Metódica:

- ️ Inicia-se com o questionamento da certeza de todas as coisas, de toda a realidade, para chegar ao limite do questionamento.

- É necessário julgar todos os sentidos, para que eles não sejam enganadores e deturpam o caminho da razão.

- Pela dúvida metódica, Descartes chega à crença inquestionável: a da própria existência. Se o sujeito pensa, ele existe.

- Pensamento é a única realidade imediata dada ao espírito e qualquer outra realidade deve ser deduzida dele.

Método:

1) Regra da evidência: algo é verdadeiro caso se elimine a possibilidade de dúvida (contestar e questionar).

2) Regra de análise: para se conhecer propriamente o objeto, deve-se dividi-lo em quantas partes forem necessárias (analisar e dividir o conhecimento).

3) Regra da síntese: pensamento deve reordenar-se sempre partindo do mais simples para o mais complexo (analisar do mais fácil ao mais difícil).

4) Regra da revisão: sujeito do conhecimento deve verificar todas as etapas do processo de conhecimento para que nada seja omitido (revisar).

→O ser humano para Descartes é, em essência, um animal racional. A mente é entendida como separada do corpo, mas em interação com ele.

- Somente por meio do pensamento racional que o sujeito pode ter consciência e domínio das ideias.


Empirismo

Assim como os racionalistas, acreditam na necessidade da racionalidade para a reflexão, a compreensão e a formação do conhecimento e da verdade.

• Atribuem valor somente ao conhecimento obtido através da experiência sensível.

• Prioriza o método experimental e a indução no processo do conhecimento.

John Locke

→Teoria da tabula rasa (sem inscrições): O ser humano, ao nascer, teria a mente como uma página em branco, sem nada previamente registrado. Ou seja, não existem ideias inatas (que estão na nossa mente desde o nascimento), mas somente o que nela foi registrado por meio da experiência.

- O conhecimento é adquirido pela experiência.

→Todas as ideias derivam da sensação ou da reflexão.

- Sensação: impressão que chega à mente por meio de sentidos; surgem após a experiência sensível, como a ideia de doce, rosa, áspero, etc.

- Reflexão: se originam da combinação das sensações, ou seja, da associação dos primeiros contatos que temos com determinado objeto; são ideias complexas. ex: dúvida, crença e imaginação.


Fonte: CERICATO, Lauri. et al. Revisão Anual de Filosofia. São Paulo, SP: Editora FTD, 2018.



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