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História: Mundo Bipolar II

Revolução Cubana

• Cuba conquistou a independência em 1898, com a intervenção estadunidense no conflito justificada pela Doutrina Monroe, rendendo a presença militar dos EUA na ilha.

• Os primeiros anos de pós-independência de Cuba foram marcados por instabilidade e constante intervenção de tropas estadunidenses.

• Em 1952, um golpe de Estado impediu as eleições presidenciais e Fulgêncio Batista assumiu o poder até 1959, uma ditadura favorável aos EUA e ao capital estrangeiro.

• Em 1955, Fidel Castro e seu irmão Raul organizaram o Movimento de 26 de Julho, que contava com a participação de Che Guevara. Em 1956, o grupo iniciou uma guerra revolucionária contra o governo de Batista, conquistando a simpatia dos setores populares e promovendo uma resistência clandestina e o movimento grevista.

• Em 1959, o grupo revolucionário assumiu o poder de Cuba, e Fidel Castro assumiu o governo, realizando uma série de reformas, como: restabelecimento de relações com a URSS, nacionalização das empresas de serviços públicos, confisco de imóveis, além da promoção de programas de saúde e educação.

• EUA determinou um embargo a o novo governo socialista.

• O apoio tecnológico e financeiro da URSS à Cuba permitiu a ampliação de seus setores de tecnologia da saúde, farmacológico e esporte.

Crise dos Mísseis

→A descoberta de mísseis soviéticos em Cuba que poderiam atingir os EUA em até 15 minutos, se disparados, acirrou ainda mais o conflito entre URSS e EUA.

→Como resultado, o presidente estadunidense John F. Kennedy determinou o bloqueio aeronaval de Cuba, ao invés de contra-atacar.

→As potências negociaram, e os mísseis de Cuba foram retirados com a condição de que os EUA se comprometessem a não atacar Cuba.

→Foi um dos momentos mais tensos da Guerra Fria.

• Em 2008, Raúl Castro assumiu o poder, dando sinais de abertura política e econômica, com a liberação de vistos para viagens ao exterior e a permissão para negociar propriedades imobiliárias.

• Desde 2014, as relações diplomáticas entre EUA e Cuba têm sido retomadas.

A descolonização da África e Ásia

Independência da Índia

→No início do século 20, discursos mais radicais ganharam força e parte da população passou a defender a independência da Índia com a governo britânico.

→Após a 1ª guerra, as tensões se intensificaram, com uma série de protestos reprimidos. Nesse contexto, a ativista Mahatma Gandhi ganhou força.

→Uma das primeiras campanhas de Gandhi foi a de incentivo à produção doméstica de tecidos nos teares tradicionais, o que reduziu quase a zero a importação de tecidos do Reino Unido.

→Gandhi foi preso várias vezes, sem resistir.

→Em 1942, Gandhi lançou o movimento Quit India (Deixem a Índia), exigindo a saída dos ingleses da Índia. A pressão internacional sobre o Império Britânico também cresceu e dificultou ainda mais qualquer tipo de reação visando ao fortalecimento dos vínculos coloniais.

→Nesse cenário, o Reino Unido decidiu aceitar as reivindicações indianas a negociar o processo de independência, que ocorreu em 1947 sem conflitos militares ou guerras de longa duração.

→Diante das tensões entre hindus e muçulmanas pelo poder do Estado, as lideranças políticas indianas e inglesas negociaram a formação de dois países independentes: a Índia (hindu) e o Paquistão (muçulmana).

→Em 1971, Paquistão entrou em guerra civil, A parte leste passou a se chamar a Bangladesh, uma república independente de maioria islâmica.

Independência da Argélia

→Conquistada pela França em 1830, a Argélia possui em meados do século 20 uma população de 11% europeia e cristã que controlava as melhores terras, o comércio e os cargos públicos, colocando a população local, árabe muçulmana, em segundo plano.

→Temendo uma organização de um movimento árabe, que era favorável à independência, os europeus na Argélia iniciaram ações violentas contra eles visando manter o controle político do território. Isso resultou na intensificação da resistência árabe e, em 1954, na eclosão de uma guerra civil, a Guerra de Independência da Argélia.

→Em 1962, a França abandonou o país e a Argélia se tornou independente.

Independência de Angola e Moçambique

→No início do século 20, Portugal possui 2 grandes colônias na África, Angola e Moçambique, controladas por um regime autoritário que se instalou em Portugal.

→A população negra continuava nessas colônias sem direitos políticos e sofrendo com a segregação.

→Em 1961, quando a maioria das colônias africanas tinham conquistado sua independência, formou-se uma guerrilha em Angola, e em 1964, em Moçambique. Portugal reprimiu as revoltas, com os conflitos se encerrando em 1974, com a independência das colônias após muita violência.

→Em Angola, uma guerra civil pelo poder durou de 1975 a 2002, arrasando a economia do país.

→Em Moçambique, também houve uma guerra civil pelo poder de 1976 a 1992, que devastou o país.

Independência da África do Sul

→No fim do século 19, o Reino Unido passou a controlar a região e instalou um governo colonial para explorar as riquezas locais. Os africânderes (colonos holandeses) não aceitaram a implantação desse governo. Entre 1881 e 1902, foram travadas guerras entre ingleses e africânderes, as Guerras dos Bôeres, vencida pelos britânicos.

→Britânicos, mesmo vencendo, para evitar novas guerras devido ao forte poder dos africânderes, formaram uma aliança com eles. Desde então, africânderes passaram a segregar a população sul-africana, privilegiando brancos.

→A população negra organizou diversas formas de lutas contra a opressão provocada pela instauração do apartheid. Adotaram uma política de resistência não violenta, por meio de greves, protestos, manifestações…

→Em 1961, após não obter avanços, um dos líderes do movimento, Nelson Mandela, criou grupos armados e passou a promover atentados contra o governo racista.

→Apos o Massacre de Soweto (1976), em que 600 manifestantes negros foram assassinados pelas forcas de repressão do governo da cidade de Soweto, se fortaleceram as criticas ao governo segregacionista, provocando a redução de investimentos no país, contribuindo para uma crise econômica sul-africana. Isso enfraqueceu o governo, que, pressionado por lideranças politicas negras, foi obrigado a negociar o fim do apartheid.

→Em 1994, Mandela foi eleito presidente da República, eliminado pacificamente o apartheid na África do Sul.


Israel

• No final do século 19, judeus iniciaram a migração para a Palestina, onde vivia uma população árabe muçulmana. Com o avanço do nazismo, o fluxo dos judeus para a Palestina aumentou e os judeus passaram a lutar pela criação de um estado judeu na Palestina, o que desagradou a população árabe que ja vivia lá.

• Ao fim da 2ª guerra, em 1947, a ONU decidiu que seria feita a partilha da Palestina em 2 estados: um comandado por judeus e outro por árabes. Isso desagradou os árabes.

Guerra Árabe-Israelense: quando os judeus proclamaram a independência do Estado de Israel, em 1948, provocaram uma reação imediata dos países árabes. Egito, Jordânia, Líbano, Arabia Saudita e Iraque invadiram a Palestina. Porém os judeus saíram vitoriosos.

Guerra dos Seis Dias

→Em 1967, árabes passaram a concentrar forças nas proximidades das fronteiras de Israel, que reagiu com um ataque ao Egito e à Síria, iniciando a guerra.

→Israel saiu vitorioso, ocupando a Península do Sinai e a Faixa da Gaza (antes do Egito), a Cisjordânia (antes da Jordânia) e as Colinas de Golã (antes da Síria).

Guerra de Yom Kippur

→Egito e Síria, em 1973, atacaram Israel buscando recuperar os territórios perdidos na Guerra dos Seis Dias.

→Israel, apoiado pelos EUA, saiu vitorioso novamente. Em resposta, os países árabes iniciaram um embargo de combustíveis, fazendo disparar o preço dos derivados de petróleo, como a gasolina e o diesel. Essa medida causou a Primeira Crise do Petróleo, caracterizada por uma profunda recessão no mundo capitalista.

• O Acordo Camp David de 1978, restabeleceu relações diplomáticas entre Egito e Israel, devolvendo ao Egito a Península de Sinai.

• A paz ainda não foi negociada na região, e as tensões continuam.


Colapso do socialismo

• Durante a 2ª Guerra Mundial, EUA e URSS dedicaram parte expressiva de seu orçamento ao desenvolvimento bélico. Os soviéticos haviam saído do conflito mundial devastados e com grande parte de seu potencial industrial comprometido. Nesse cenário, os russos optaram pelo investimento na indústria bélica, criando novos equipamentos e armas, possibilitando o desenvolvimento industrial da URSS. Porém, não tiveram sucesso em outras áreas de produção de consumo, fazendo aumentar sua dependência econômica em investimentos no setor bélico.

• Em 1979, a URSS invadiu o Afeganistão na tentativa de instalar um governo aliado a Moscou no país, iniciando a Primeira Guerra do Afeganistão, objetivando firmar o poder soviético na região. Os EUA interferiram na guerra, ajudando a oposição. Os elevados gastos militares agravaram a situação da economia soviética. Em 1989, a URSS, foi obrigada a reconhecer a derrota no conflito.

• A crise econômica provocou o enfraquecimento do governo soviético. Gorbatchev, governante da época, então propôs medidas reformistas, norteadas por 2 princípios:

Perestroika: propunha mudanças na estrutura econômica do país. A ideia era incentivar o desenvolvimento econômico interno, buscando implementar mudanças de incentivo ao livre mercado. Para isso, foi estimulada a organização de cooperativas e pequenas empresas privadas como alternativa à propriedade estatal. Programas de habitação foram implantados e passou a ser permitida a entrada de capital estrangeiro no país.

Glasnost: proposta de abertura política gradual e de liberdade de informação dentro de rígida estrutura do regime soviético. Reformou a estrutura burocrática e reduziu o controle político do Partido Comunista.

Queda do Muro de Berlim

→O Muro de Berlim foi um dos maiores símbolos da Guerra Fria e foi um foco permanente de insatisfação para os alemães; muitos desejavam a sua derrubada e a reunificação da cidade. No entanto, a força do regime soviético impediu mudanças nas políticas de fronteira, e o muro permaneceu em pé até 1989.

→As mudanças na política externa soviética implementadas por Gorbatchev promoveram as aberturas das fronteiras do Leste Europeu com a Europa Ocidental. Isso estimulou movimentos migratórios do Leste para a Europa Ocidental.

→Durante essa política de deslocamento, ocorreu a queda do Muro de Berlim. Essa queda foi um dos marcos do fim da Guerra Fria e, consequentemente, da ordem mundial caracterizada pela bipolaridade Estados Unidos x União Soviética.

Fim da União Soviética

→Em 1990, foi realizada a unificação da Alemanha. No mesmo período, ocorreu o colapso do socialismo nos países do Leste Europeu.

→Apesar das reformas de Gorbatchev visarem à retomada do crescimento econômico soviético, elas fracassaram, despertado movimentos nacionalistas e a luta contra o comunismo. Eclodiram protestos contra as condições de vida e o controle político no interior da própria União Soviética e no Leste Europeu.

→Diante do temor da dissolução da URSS, lideranças do Partido Comunista soviético deram início a um golpe que visava derrubar Gorbatchev, portanto o golpe fracassou, vencido por um contragolpe de Boris Yeltsin, presidente da República Russa, que tomou o poder.

→O Partido Comunista foi dissolvido, e em 1991, a URSS deixou de existir. As repúblicas soviéticas passaram a declarar suas formas de independência e a Rússia formou o bloco econômico da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), apoiada por 11 repúblicas. Com isso, a URSS deixava de existir e as suas ex-repúblicas passaram a ter governos autônomos e independentes.

A Nova Ordem Mundial

→As ideias neoliberais ganharam força política a partir da década de 1970 em meio ao desaceleramento econômico provocado pelas crises de abastecimento de petróleo

→Com o fim da URSS e a Guerra Fria, o mundo viveu a formação do que ficou conhecido como Nova Ordem Mundial, que foi fortemente influenciado por ideias neoliberais e promoveu uma maior integração econômica do planeta. As relações internacionais passaram a se configurar a partir de uma divisão multipolar do globo, o que significa que surgiram novos centros de poder no planeta com novas disputas políticas e econômicas.

→Além disso, o fim da Guerra Fria abalou a divisão mundial entre países capitalistas e socialistas. A maioria dos países passou a ser capitalista e neoliberal, oque levou a competição por recursos.

→A Nova Ordem Mundial passou a ser chamada como o período da globalização.


Fonte: CERICATO, Lauri. et al. Revisão Anual de História - Módulo 4. São Paulo, SP: Editora FTD, 2018.



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